quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Distante, muito distante da corrosão habitual do café da manhã

Nem sei. Passou pela janela. Acho que devia doer. Acho que devia marcar. Porque não marca? não dói? Me sinto tão fdp.. deveria doer, eu deveria me importar. Eu me importo. Mentira, faço cena. Era cena, eu senti, o corpo tava fora. E eu senti fome. E eu senti cheiro de queijo no ar. Mas deveria doer. Ela me perguntou, eu disse meia dúzia de impropérios. Ela disse: " Suja". E o meu mundo ficou cinza. Não por sentir, mas por pensar " caralho é isso que você vê? jura que é só isso?"
Tá vazio, tá frio aqui dentro. A porta ficou aberta, a janela ficou aberta e a sala vazia. É frio aqui dentro, eu tento preencher de nomes, datas, corpos, lascas, pensamentos, figos, latas, copos, garrafas, saliva, baratas, sensações frouxas, mas nada fica tempo suficiente pra me mudar.
Tá vazio aqui. Você pode me ouvir de longe e me achar menos fdp? menos suja? menos canalha? menos cretina? você pode imaginar que tudo isso é balela. Você pode ser umas das 5 pessoas no mundo que acredita em mim?