segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Cacos

Como asas de mosquitos presas nas telas que separam o quarto do resto do mundo, assim seguem as intenções. Depredadas e mutiladas no percurso, até sobrar ao olho nu a visão da carcaça quase seca e desalinhada, puída, mole. Sem sangue. Na superfície dos corpos os letreiros parecem fincados muito, muito fundo, nem mesmo o neon atravessa a carapaça. Nem todas as idéias viram flores, nem tudo pode surgir do esterco. às vezes é só esterco mesmo e pronto. Não há como moldar assim tão depressa, remodelar em 2 horas. As intenções mutiladas jamais serão vistas no seu todo, jamais serão sentidas com doçura. Coisas coladas permanecem feias. Distorcidas, disfuncionais para olhos tão habituados com a certeza aséptica.

sábado, 5 de novembro de 2011

Quanto tempo demora?

Para o seu coração cicatrizar? Pra que eu pare de me sentir estrangeiro entre os meus? Para que o álcool pare de fazer efeito? Para que tudo pare... e seja o dia mais uma sucessão de horas enfileiradas. Me sinto tão estranha entre os que eram os meus, e talvez sobre uma ou duas pessoas nas quais fique inabalável. Talvez, não mais, não sei. Tanta pedra, espinho, capa, camisa, defesa, escudo, e aqui dentro reina essa liquidez. Essa coisa terna qeu fica oscilando, escondendo, morrendo no escuro. Vá entender. Mas há de ser assim sempre.


Esgueira-se no silêncio dos passos alguns pensamentos, e sempre ( por mais que não acreditem por ae) os meus melhores pensamentos.