segunda-feira, 11 de abril de 2011

(am) ando. (grit)ando. (cham)ando. (jog)ando. (sonh)ando deitar fora muitas coisas que não fazem mais sentido que já não faziam há muito. Ando qualquer coisa

segunda-feira, 4 de abril de 2011

L



Braços abertos


imensos abraços no espaço


alonga


retorna

respira

imediato enlace de dedos

nos vazios do espinhaço

Braços em riste

singrando a avenida

nos faróis

minhas pupilas

em longos silêncios

murmúrios autênticos

desejinho rasteiro

entre as sombras dos seus pés

sorriso brejeiro riso altivo vivo

certeiro

fica nos seus olhos um amor

autêntico

por toda a expansão do seu corpo

macio

Dois dedos de água no conhaque

Realmente não é nada. Assim de novo, nada. Restrinjo minha busca a um nome. Um movimento constante. Um suar de cabelos na testa, numa alegria infinita de tanto mover. Como se ali, no ato de mover, a vida em si acabasse, retornasse e tudo mais. Apenas ali, naquele olhar risonho. Ali. Um encanto, envolvente. Mãos. Braços. Pernas. Sementes de desejo jogadas em espiral por aí.. Tão natural quando a força das batatas e o incêndio que causa ao sorrir.

Me confesso. Me livro mesmo, das páginas um pouco escritas na goela. Toda e qualquer irrealidade me deixa. Fico um tanto vazia, mas já é comum, mas me faz bem. Se não se importa, talvez suma você também. Assim, sem raiva, minha imaginação, vai logo tirar férias um pouco. Deixa um quadro negro respirar o ar da noite. Fico assim. Vai chover. Vou ao teatro, me confesso mais um pouco, deixo minar, mas não é nada. Não é nada realmente, podia ser, se eu alimentasse. Mas com todo o cuidado, aprendi a não alimentar muito meus monstros. E no dia da mentira, contei algumas verdades. Escolhi o dia que ninguém acreditaria pra expor as artérias ao vento. Chove. Chove. Faz frio. Eu gosto de cachecóis, mas me dão uma alergia danada. Mas fica bonito. Como esse monte de palavras. Que bem no fundo já não querem dizer nada, porque tudo isso está passado, de passagem, de leve, me leve, você sabe o resto do verso. Você deve se lembrar de alguma parte dele, porque eu já me esqueci dele inteiro. É abril. Ainda tem um mês inteiro de limpeza.

Cansei um pouco de jogar com coisas inúmeras e adicionar palavras a minha boca já tão cheia, o silêncio pode ser providencial. Eu quero ir embora. Me deixa ir? Me ajuda a ir embora? De vez. Pra sempre dessa mesmice? Me deixa ir assim como esse seu movimento, mas tem vários "vocês" misturados aqui dentro, desse liquidificador, triturador de todas as coisas. Mas esse triturar a dor não dura muito, ela passa, deita dorme na minha cama, depois sobe aos meus olhos em momentos de descuido. Afio minha língua pra quem é doce demais e não pode me entender. Foda-se, não tô afim de ser doce. Quem quiser entender essa coisa toda aqui, que entenda, que suje um pouco as mãos na minha tinta, carmim. Azeda. Amarga. Vai chover. O amor me pegou, me pega constantemente, feito gripe. Mas não sou a única a balançar na gangorra.