Inadequado
Mais uma vez meu corpo me arrasa
Choro
no meio da noite
tenho plástico na pele
um espinho na alma
quando baixo a guarda
raspa e abre a ferida
pelos lençóis
pelas frestas
vão ficando as minhas ausências
Derramo meu suor
meu líquido todo
entre seus dedos
nos poros da sua língua
mas nada
é
suficiente
Não durmo
Sinto falta do seu abraço
Me faltam palavras
me sobra dormência
E agora?
E de novo e de novo e de novo
o mesmo fim?
Eu queria rasgar essa pele. Eu queria tocar no nervo. refazer o erro. Abrir o crânio nas estrelas. Me adequar ao seu gozo. Cumprir essa expectativa. Mudam se os nomes, os rostos os corpos e nada em mim floresce. Aquele grito alto o espasmo que todo mundo espera NÃO SAI.
Me sinto vazia
Me sinto madeira
porta
janela
xícara
Sinto o frio
Sinto o calor do seu corpo
A intensidade da sua boca
e não sei
quando seus olhos procuram
meus indícios
E eu já deveria não me importar
e já não seria a primeira vez
mas
quando você chegou
foi como ser feliz de novo
eu não esperava
e não sei como descrever
me faltam palavras
suas avelãs
seu sorriso miúdo
o som da sua voz
o jeito que dorme
o jeito que eu existo
que eu quero existir com você
Me sinto abrindo mão
do céu
por essa inadequação
Me sinto vazia
Me sinto madeira
porta
janela
xícara
Sinto o frio
Sinto o calor do seu corpo
A intensidade da sua boca
e não sei
quando seus olhos procuram
meus indícios
E eu já deveria não me importar
e já não seria a primeira vez
mas
quando você chegou
foi como ser feliz de novo
eu não esperava
e não sei como descrever
me faltam palavras
suas avelãs
seu sorriso miúdo
o som da sua voz
o jeito que dorme
o jeito que eu existo
que eu quero existir com você
Me sinto abrindo mão
do céu
por essa inadequação
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