Você se parece muito com Bukowski, mesmo. Lendo vejo-a escondida ali. No jeito roubem minhas mulheres, mas não meu uisque. Na cisma, do deixem meu corpo quieto aqui no mofo. Quero ficar quieta aqui escrevendo. Dramaturgando. Tem muito da sua linha naquela linha. E o meu ano novo ficaria insosso sem a sua presença alcoólica, no calor dos seus abraços rasteiros e até mesmo na sua doçura tardia em rever meus amúos. Ficaria tardes inteiras apenas assim, dedicada aos seus braços, meramente perto, sem a necessidade imposta de trocar palavras e rachar nosso silêncio tão prazeroso.
Mas desconfio que é amor demais pra esses tempos tão cinzas, esses espaços tão internos e fundos. Essa coisa nossa, que eu não sei se é nossa, porque eu não sei o que é seu e o que é meu, e o quanto disso vai ficar pra eternidade das estrelas. Não que isso seja preocupação primordial ( o ser defitivo, o estar para sempre) mas é coisa que fica mareando pra lá e pra cá entre as noites, nossas pequenas declarações ( quando algo faz nó) e nossos copos.
Penso, entre essas modas e romances travestidos, amizades infiltradas de sentimentos intensos que a melhor saída de todas é sempre o silêncio, o calar e deixar serenar todas as preocupações e só de leve borrifar um impropério pra garantir uma discussão que calamitosamente nos permita amar juntas e sempre mais e sempre menos, pra evitar o desgaste e o estouro.
Ainda assim gosto e muito do papel coadjuvante que desempenho nas novelas diárias.
Olhe só, começou com pensar em você, enredou por nós e degringolou no pensar no mundo assim indiscretamente e sem aviso.
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