quinta-feira, 2 de junho de 2011

De como o tempo pode ser monocromático ou como hoje alguma coisa foi dispensável

Não estava aqui, agora esta. Essa sensação de estar só no mundo, vasto mundo. De respirar clichês, pela ausência de expressões. Tendo ainda assim, um dicionário gigantesco ao lado da cama. Sinto que faço as coisas somente pra mim. E isso me dá uma solidão danada. Alô? Paredes. E ae? Beleza? Discurso fake, conversa mole, quebrada sabe? sabe? Ah, nem tem ninguém aí. Eu acho que perdi algo no meio dos nós. E eu sigo procurando. Mas fica cada vez mais distante ou eu que penso demais. E desespero demais. E urino demais. Bebo pouco nos últimos dias. Fico no impasse da espera e nada alivia. Telefone. Email. Mensagem. Toda essa espera. Todo esse desconforto de ter um calendário pregado na cara. De ter que entregar meio mundo no espaço de 35 dias. E ainda assim, ter que ouvir que é tempo demais, que tem tempo de sobra. Acho que sou larga então, me esparramo demais. E fica difícil voltar a minha forma original. E ainda assim, ainda tem tempo pra me sentir só. No meio dos livros. Sinto saudades de mim quando pessoas, mobilias, calendários, relógios, cachorros, chinelos, meias, camisas, pastas, figuras não passavam de cogumelos estampados e amarelos no meio do jardim.

2 comentários:

  1. Sou sua fã. E todas as vezes que eu quero me sentir menos parte do mundo eu venho aqui ler seus textos e sentimentos em metáforas. Garota 100%, as vezes é quase um alienígena com esses sentimentos todos que quase ninguem entende, ou finji não entender.

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  2. Valeu Jana.
    ps: eu sou um alien, mas eu escondo minhas antenas debaixo do boné rss. Beijocas

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