Uma raiva nada literária, uma sensação desmembrada, queria explodir deveras as palavras, as paredes, todas as expectativas. Essa sensação descabida não vaza, não tem honra, não tem compreensão que o tempo corre enlouquecido. E que não há mais nada que deixe espaço pro respiro. E essa droga não passa. Não passa. Queria ascender o pavio da alma e jogar ao mar todas as gavetas. Esquecer que há necessidades fora de mim. Em mim. Pra mim. Para outros.
Queria desabar num conhaque, numa morfina, num profundo esquecimento da existência. A vulgaridade das minhas palavras só deixa transparente a brutalidade das minhas emoções.
Cadeiras. Armários. Folhas. Pranchetas. Copos. Pela janela afora.
quero ir pela janela tb.
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