sábado, 31 de julho de 2010

Folha solta sobre o assoalho

Sentiu saudade da saliva. Grossa. Atordoante. Atordoada. Que entra pelos buracos errados. Saliva intensa como tempestade. Fosso cheio de insanidades. Pensou no roçar da pele macia e morena. No amarelo do sol no corpo dela. Como uma dose cavalar de conhaque. Era suave. Entrava descrente no seu corpo. Penetrava avulsa nos pensamentos. Era uma mulher de dentes. Dotada de sutis palavras. Sentiu o peso do peito pulsando delicado nas suas mãos. A boca tensa, sem certeza se era aquilo ou algum outro erro. Se era desejo simples e nu. Era doce. Seu pêlo era doce. De linhas fartas de sentido. Era um bom sonho. Um bom gole.
Tomou mais um gole e tocou um acorde no violão antes que sua alma acordasse pro frio da janela e da manhã assentada sobre os vidros. Mas era daquele frio que se instalava doce. Não era maldoso. Mas sentiu necessidade dela. Como do seu conhaque. Do seu violão. Da manhã de domingo pra descansar o sentido....

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