domingo, 8 de maio de 2011

Pedra, papel, tesoura

Mantenha distância do meu coração. De mim. Do tudo em mim se possível. Estou a ponto de explodir. Joguei metade do ano fora. Sem razão. Deixei um vazio. Mas ainda assim ficaram estalos. Pedaços de nada fincados na minha carne. Espaço tempo perdidos na minha falta de sorrisos. Ando sorrindo tão pouco. Tão fora de mim. Tão a beira da estrada. A revolta é tão tardia que caberia num palavrão pequeno. Mas já que quer ir embora então vá. Mas não fique indo e voltando. Isso eu não aguento. A cada volta uma ferida reabre e fica fedendo pelos cantos da sala. Mas é claro, que isso você não sabe. Eu sou sempre a insensível do momento.


Mantenha meu peito na jaula. Eu mantenho meu peito na jaula. Ele fica ai, arreganhando dentes e ganhando feridas perdendo sangue e fedendo fedendo fedendo pela porta afora. Você sente esse cheiro na minha falta de sorrisos quando me vê passar? Ah, não, você nem vê. Esse mundo seu é intocável. Apenas para pessoas sensíveis. E eu obvio, sou uma pedra.

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