segunda-feira, 17 de maio de 2010

Se for embora e resolver me deixar a deriva, deixe a porta encostada. Não a feche totalmente, não custa nada permitir uma frincha de luz na escuridão da sala. Não se preocupe em apagar as marcas das paredes, seus vestígios do teclado, do telefone ou da mesa da cozinha. Deixe algo que me lembre que você existe. Não me deixe assim sem nada, avulsa, aberta na noite. Não permita que eu me prostitua em conversas fiadas em noites sem fim, nem que eu me dilua em copos e bocas e roupas e números de telefone, que bem da verdade, não me interessam. Esse sentimento bandido que me afasta do real objetivo da letra, da minha existência enquanto viciada. A necessidade de te sentir pra viver. De te respirar pra produzir, me subdividir...
...Aonde raios foi parar meu tesão? E com ele onde foi meu alívio? No momento não há paixão calcinando meus ossos.

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