terça-feira, 25 de agosto de 2009

Fotografias na calçada

Desceu a rua sem nenhuma expectativa, achou no meio do caminho algo muito parecido com uma fotografia. Achou bonito o rosto e até na sua imaginação, ensaiou um bom dia praquele rosto. Criou uma história praquele corpo e deixou-se andar. Parou num café e ficou aberto, com um café esfumaçando sua vista. Criou passado, presente e futuro praquele belo rosto, quantas vezes havia amado, sofrido, sido demitido, como gostava de ser tocado, se havia chegado a um orgasmo. Rendeu uam tarde inteira de especulações. Ao final cansado de tantas histórias abandonou a fotografia para que outra cabeça pudesse criar alguma outra história sobre aquele rosto ou até mesmo se apaixonar por ele. Ou ainda reavivar alguma recordação estranha nos baús da mente. Saiu do café. Sobre o balcão o rosto ainda sorridente num fundo de cores de Almodóvar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário