sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Sindrome do passado recorrente
[ Estudo para um roteiro]

Deixo para trás o que pertence ao passado, você, suas músicas, seus risos e tudo mais que me deixava mais branda. Deixo de presente para a memória os ouvidos, as bocas, as tentativas, daqui pra frente mesmo que me doa muito, seguirei sem você. Mesmo que saiba de tudo que sinto, mesmo que você saiba melhor que eu, do meu desespero, da minha intensidade e do meu exagero. De todas as palavras e poemas que eu guardo dentro de mim. Você me conhece como uma sombra, mas nem de longe entende o que me move, o que necessita a pistola minha antes do derradeiro disparo. Você não pode conter meu coração num vasilhame de coca ou num saco de suspiros. Você não pode entender os meus vícios, as minhas amenidades e momentos ridículos. Desde o início não eramos peças do mesmo quebra-cabeças, mas eu quis tentar. Gosto da tentativa não certeira, do abismo que se abre num beijo salivado, gosto do perigo e do acaso. Fica aqui meu último dia dedicado a você, que não soube ver todas as coisas que eu tinha pra te dar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário