segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Micro contos - E ela nem soube a causa da morte

"Mas eu nem sabia de nada", foi a primeira coisa que disse ao ser chamada, "eu não sabia que eram pra mim aquelas palavras". Mas todas as portas, janelas, cigarros, garrafas, vícios, cadeiras e pregos e pedaços de ferro riram em silêncio e lhe deram um sorriso vazio de retorno. Todos sabiam, até os cegos, os iletrados, por mais que ele tentasse esconder, colocasse outros nomes, era sempre aquela figura pálida que o assombrava. E agora que o cadáver jazia com algodões nas narinas de nada mais adiantava ela dizer "amor".

Nenhum comentário:

Postar um comentário