Saltou dentro de um pensamento qualquer, tentando fugir das aflições que a vida lhe atribuia, em doses fartas, em copos largos, em pratos cheios. Queria um espaço de respiro, pro seu corpo que era quente, que era ás vezes até demente e solitário na arte de imaginar. Ficou avulso dentro da ossada, assim olhando parecia mais leve, transparente, mas dentro um fogo ardia nas estradas que levavam a saliva a boca. Naquele momento uma única palavra seria um abismo consolidado. Não havia certeza dentro da sua bolsa de expectativas. Entreteve-se escrevendo círculos e descrevendo pássaros numa folha de papel. Queria voar. Queria escalar bolhas de ar e sentir-se lépido, tragado até pela certeza do horizonte rotativo. Era um corpo omisso. Queria o compromisso de uma noite mal dormida, ao som de um baixo denso e uma garrafa barganhada na base de beijos. Jogaram-no fora de seus pensamentos. Ardido. Ferrado. Dentro de um metro as seis da tarde. Tiraram no amasso a poesia do seu peito. E deitaram-no flácido dentro uma estrutura rotineira sem abraços.
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