segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Duas doses de silêncio

Se alguma vez parei de respirar o momento pedia mais que o meu corpo podia aguentar, não exatamente o corpo, mas o que havia dentro dele, o recheio também conhecido como alma. A minha anda tão cheia. Tantos pensamentos, tantos romances, devaneios, escrotices e coisas amenas. Pequenas palavras doces para um tanto de outras acres ou repentinas. Sem paciência para as pequenas ilusões que me preenchiam, para as pessoas que enchiam meus copos sem parar, meus quase vinte e cinco copos. Eu tenho um terror a esse tédio. Esse tédio provindo de pessoas vazias, momentos esteréis, apenas sombras chinesas, apenas de bonitas, insípidas. De mesas de bar cheias de parasitas, cheias de oportunistas. Um pouco cansada desse marasmo boêmio que apesar de delicado não me inspira o amor, nem a paixão. E a paixão é razão da minha existência. É por ela que eu me levanto, que eu rabisco, penso, produzo me encanto. E nesses dias, amores requentados não me inspiram, só me perdem e me entediam. Aqueles poemas de outrora, agora parecem pedaços de reboco caindo pelas frestas das mãos.

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