segunda-feira, 7 de junho de 2010

Poema degenerado nº4

Intensificado o degelo
corre entre as retinas
a saliva não impressa em teus nervos.

Na flora seca das avenidas
cheias de carbonos, carbonetos
resisti um soneto de larvas
e lantejoulas
misto de querer estar
e querer partir.

A força bruta do meu peito
arromba
a letra degelada
e dentro das minhas formas
uma cascata se move
em uníssono
grito
pela rua afora
sem desgosto.

Atrás das cordas vocais
cansadas e rubras
ficou a sombra do teu nome
agora oco.

Findado o degelo das retinas
fica espaço vago
para outras feridas.

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