quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Desperto

Despertei de um sonho chuvoso, mas não era sonho, realmente chovia e o frio embaçava as janelas. Deixando nelas fragmentos de respiro. E fui tomada de assalto por um pico de alegria direto na veia, sem meio termo. No frio me resolvo gente, me resolvo poema. Acordei com letras na ponta da língua, formigando. Formigando querendo sair pelas pontas dos meus dedos. E todas eram leves apesar do meu estilo acre. Eram todas leves e eram todas você. E elas tinham a beleza que você nunca admite e a paixão que eu sempre escondo. Que eu trituro dentro do meu copo de água toda manhã. Mas isso com certeza não me torna uma nuvem cinza, muito pelo contrário, me torna acesa. Me deixa viva. Porque a razão mas minhas emoções é um turbilhão de palavras e sentimentos desconexos. E pra isso existem apenas dois portos, duas vasilhas que podem me conter. Podem deter toda essa convulsão pesada e ao mesmo tempo bela. Que podem escutar um pouco mais dentro do meu silêncio entretido em amenidades. O amor é efêmero, a razão simplesmente rabiscada e eu não tenho lá muito equilibrio. Fica tudo dentro de um resquício de poema. Hoje a cidade acordou fria e eu por contraponto com vaga lumes queimando nos olhos. A felicidade é um brinquedo muiro frágil.

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