sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Uma letra no alfabeto

E eu queria passar todas as minhas noites em claro pra conseguir esquecer os erros que me perseguem ou que antes eu persigo. Na verdade a única coisa que sei é que me tornei uma pessoa mais triste depois de perder você. Menos sorridente, menos transparente, menos espontânea. Você era a medida certa do meu riso, da minha histeria, da minha mania de gostar de cinema. Você era o roteiro que eu ia fotografar. A valsa que eu não soube dançar, o passo que eu quis apressar numa noite de quinta. Eu te ganhei de presente, mas não soube aproveitar e agora que já não há tempo eu queria voltar no tempo e apenas ouvir o seu boa noite baixinho. Ver o seu riso delicado do outro lado da pilastra, gastar papel com especulações, gastar dinheiro com pequenos agrados. E eu só queria não sentir hoje aquele frio que eu sinto quando você passa a minha volta invisível. Quando você fala e se move perfumada e não me vê, antes desvia o olho da minha linha, dessa parede que eu me torno, presa do desejo que ainda tenho em mim. O seu perfume fica invadindo o ar, a epiderme e deixa meu pensamento mais leve, mas logo ele desaba quando ouço o som da sua moto rodando longe. Eu não me atrevo a martelar de novo nossa canção, existem tantas pessoas melhores pra você se render...e lógico que não espero que haja uma segunda chance. Não com você.

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