segunda-feira, 5 de janeiro de 2009


De como meus amores são frágeis


As palavras surgem quase que por contato. As dores idem. Parece um clichê, uma cena de comédia romântica, uma cena não, um resumo inteiro de qualquer uma dessas histórias produzidas aos montes pelo cinema americano. Você, sempre há esse bendito pronome, surge, e eu me mato de correr, de tentar não querer, e depois suo tentando me conter e finalmente me esmago tentando reaver e faço então aquelas coisas idiotas que todas as pessoas supostamente apaixonadas, ou que pelo menos viram muita TV, sabem de cor. O típico movimento do desespero mecânico. Porque é obvio, aquela não é a mulher da sua vida. Nunca é aquela. Mas você insiste, você quer que seja. Então paciência. Segue a pantomima. Natalia. Gabriela. Ingrid. Maria. Daniela. Marina. Carla. Karina. Elaine. Marta. Sandra. Hellen. Os nomes dos meus “eternos amores” se acumulam sobre os cadernos como poeira. Poemas inflamados, palavras adocicadas, relendo por um instante se adquire a exata cara que o objeto do seu amor fez ao ler aquilo: um esgar cômico seguido de “ah, de boa...”
Obvio, que você se mata, perde horas escrevendo, imaginando,planejando todas as coisas, até um casamento com aquela criatura, que você conhece a menos de um mês e beija a menos de dois dias...obvio, se você for uma pessoa pela metade. Se você fica procurando uma razão. Ai, como dizem, é foda. O que mais se pode dizer? Sempre achei engraçado como os palavrões resumem bem as sensações... Você nunca diz “ oh, que coisa inoportuna essa cadeira” você manda logo um “ ai caralho, cadeira de merda...” e por ai vai. Logo se vê a finesse. Mas enfim, voltando ( e sempre voltando, numa grande roda gigante) aos romances falidos e desnutridos de minha pessoa. Sei lá porque, tenho fixação por um certo tipo de mulher, tipo esse que não me suporta por muito tempo. Tipo esse que não tem amarras, como eu. Mas insisto em querer me amarrar só pra provar que estou errada. Só pra me contrariar. É uma coisa masoquista. É muito frágil. E ao pensar nessa palavra me quebro, odeio senti-La, escrevê-la, ouvi-La e até mesmo Lê-La. Sabe uma daquelas coisas que te toca e por isso mesmo você a odeia? Como ver um filme do Godard... Meus amores são muito frágeis, eu não consigo ter paciência para cuidar e fazer todas essas coisas que os manuais e as prateleiras lotadas de livros de auto ajuda para romances pregam. Não mesmo. Paciência.

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